Caminhando e aprendendo!

01 de Setembro de 2014, 0 comentário

Depois de alguns dias de caminhada, onde subi quatro montanhas e atravessei duas Morenas (glaciares), aqui estava eu no Refúgio Mausy, Mendoza-AR, descansando as pernas e fortalecendo o psicológico para os dias que viriam, onde subiria mais quatro montanhas, das quais em dois ataques a três cumes diferentes levaria mais de 13 horas de caminhada por tentativa.

No jantar de terça-feira (05/08) com Gustavo e Leonardo, meus novos amigos argentinos, fui convidado para caminhar na "La Cadenita" uma sequencia de quatro montanhas aos pés do Refúgio. No primeiro momento disse sim, no impulso de querer fazer o máximo de cumes nos dias em que ali ficaria. Ao degustar o jantar e refletir um pouco sobre o meu planejamento, agradeci o convite e expliquei que descansaria naquele dia, pois nos últimos quatro dias já tinha caminhado mais de quarenta e cinco quilômetros, com uma ascensão de quase quatro mil metros, dos quais somente em um dos dias, nas Morenas Coloradas, tive a companhia de Fabian, outro amigo portenho, que subiu com o guia de montanha Leandro para tentar o cume do Cerro Plata.

Dei sorte na escolha do dia para o descanso (06/08/14), o dia amanheceu lindo, porém muitas nuvens baixaram sobre o Córdon e tudo ficou encoberto, tendo uma visibilidade de menos de cinco metros. Ao meio dia a temperatura lá fora estava em seis graus negativos e caindo rapidamente. Dentro do Refúgio estava uma maravilha, lareira acesa com o complemento do aquecedor elétrico para vencer o frio.

Neste calorzinho temporário que tinha no abrigo de montanha, me peguei pensando na viagem e também nas frases que meus amigos e amigas disseram sobre essa "minha loucura" de subir montanhas e sobre a relação do que faço na minha hora de lazer com o meu trabalho. Mas o que é loucura? Será que é o padrão que a sociedade muitas vezes nos impõe ou é sairmos de nossas rotinas buscando sair da zona de conforto.

Antes do meu embarque para Santiago do Chile, onde se iniciou minha viagem, coincidentemente compartilhei em meu facebook uma frase que se encaixa perfeitamente com os pensamentos de hoje, "A vida começa no final da sua zona de conforto!", com esse pensamento acredito que também fica claro o que considero loucura.

Sobre o trabalho que desenvolvemos na Bionúcleo e essas "minhas loucuras", seja pedalar, mergulhar ou caminhar nas montanhas, a relação é direta. Nessa viagem, para ficar caminhando durante treze dias em uma região com temperatura média diária de seis graus negativos, podendo chegar facilmente a vinte graus negativos durante o dia no cume das montanhas, se faz necessário muito planejamento, conhecimento da região por pesquisas prévias, cartas topográficas para orientação, equipamentos adequados para o clima e o tipo de terreno onde se caminhará, além de saber usar os equipamentos e se orientar com as informações que temos a cada momento para a tomada de decisão.

Tudo isso me parece muito similar com o cotidiano dos empresários que são clientes da Bionúcleo, pois, eles precisam conhecer seus clientes e concorrentes, precisam saber o que fazem para ter o melhor produto ou serviço, precisam constantemente planejar e se adequar as mudanças de mercado ou a um novo perfil de cliente para a tomada de decisão. Nas duas situações o resultado final é o mesmo, satisfação por alcançar seus objetivos, os quais podem variar de pessoa para pessoa, seja este o empresário ou o praticante de atividades ao ar livre.

Além da similaridade que citei, essas atividades ao ar livre me auxiliam constantemente no meu desenvolvimento e automaticamente nos trabalhos de Desenvolvimento Pessoal e no Treinamento Experiencial da Bionúcleo (TEx. Bio) que realizamos, pois ao vivenciar novas situações a minha percepção sobre minhas atitudes ficam mais aguçadas, facilitando minhas tomadas de decisão sobre mudanças que preciso ter para ser uma melhor pessoa e um melhor profissional, e com certeza isso não se desenvolveria em mim se eu não saísse da minha zona de conforto. Isso é o que proporcionamos a nossos clientes quando nos buscam para desenvolvermos trabalhos com seus colaboradores e suas equipes.

Outro ponto muito forte nas atividades ao ar livre é o tema Sustentabilidade, pois é necessário ter um comportamento de responsabilidade com tudo e com todos, pois é nas situações extremas onde aprendemos a valorizar nossa realidade e buscar mudanças de atitude para continuarmos em nossas jornadas.

Ao planejamos uma expedição de longo percurso é necessário ter em mente que nossos recursos serão limitados e mesmo com adversidades será necessário usá-los da melhor forma possível. Durante o período de caminhada encontramos pessoas com culturas e hábitos diferentes dos nossos, fazendo com que busquemos entender as diferenças e nos adaptemos sempre que possível. Se é viável levarmos suprimentos e equipamentos para essas travessias, com certeza é viável trazermos conosco os resíduos.

Quem pratica atividades ao ar livre, na sua maioria, busca gerar o menor impacto possível ao longo de sua passagem por um determinado lugar para alcançar seus objetivos. Dessa mesma forma, a Bionúcleo busca orientar seus clientes para que sejam conscientes e responsáveis com suas ações em suas empresas e para com a sociedade, muitas vezes somente com mudanças de atitude dentro de sua empresa já se faz uma grande diferença para a sociedade. Seja caminhando ou sendo um empresário, RESPONSABILIDADE é o que deveria conduzir nossas vidas.

Para os que não são tão loucos quanto eu, e para os que são, sigamos nossas vidas da melhor maneira que acreditamos, porém sempre com muito respeito e responsabilidade com tudo e com todos...vamos que vamos!!